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Falta ética?

A ética é o conjunto de normas que norteiam a consciência do ser humano. Temos ética em todos os ramos e em todos em empregos. Em grande parte dos casos, cada área tem seu respectivo conjunto de regras que definem como ética. Temos a ética jornalística, a ética acadêmica, a ética médica. Em todos os casos, essa ética serve para dar a direção do que é correto fazer.
Mas o que, afinal, é ética? A ética é o caráter pessoal que o indivíduo tem (supostamente tem, ou pelo menos deveria ter) dentro do ambiente que se encontra. No caso da ética profissional, é o caráter da pessoa como profissional da sua área e em seu ambiente de trabalho. É aquilo que, para os gregos, definiria a moral e o caráter da pessoa. Se cada área possui suas respectivas normas da ética, há também as regras que são universais, pois cabem em qualquer situação de qualquer área.
Mas a ética não é lei. A ética age mais no âmbito da consciência do ser humano do que nas regras impostas pela sociedade. Por isso a ética, diante de alguns fatores e diferente da lei, pode ser deturpada ou ignorada. Há casos muito conhecidos no ambiente profissional, como difamação, preços abusivos, concorrência desleal, venda casada, regulação de preços, espionagem industrial, entre outros. Todos habitam o cenário jurídico, mas apenas porque a ética profissional passou a ser flexível no entendimento de membros.
É como se a ética fosse um guia, um grupo de regras onde você escolhe ou não seguir. O bom cidadão, justo, honesto, usará deste guia sem exceção, agindo de maneira correta e limpa para com seus clientes e concorrentes. Mas há quem não o faça, e pela falta de ética, a existência de leis se faz necessária.
O grande desastre dessa desestruturação da ética, principalmente profissional, é que criamos uma sociedade onde o dinheiro e a posse valem mais que a própria consciência humana ou a vida humana. O profissionalismo torna-se tão focado na busca de resultados que a ética fica em segundo plano. Não importa se você prejudicou alguém, o que importa é que você se saiu bem e conquistou o que queria.
Para nós, que agimos de maneira ética, fica o apelo: preço justo sim! Profissionalismo, sim! Falta de ética, não! Porque já basta de sermos passados para trás. Basta de permitir que usem o “jeitinho brasileiro” como se tomar vantagem através de meios ilícitos fosse uma qualidade a ser copiada ou vangloriada. Basta de permitir abusos, basta! Por um mundo com mais ética, mais escrúpulo e menos enganação.