Todo ano, quando chega o dia 20 de novembro, uma horda de preconceituosos sai da toca para bradar pela “consciência humana”. Pedem igualdade, falam de racismo reverso, revisam a história dos negros e alguns até tentam mudá-la.
No último ano, a Câmara Municipal de Borborema se deparou com um pedido de retirada do dia 20 como feriado municipal, pedido com base no argumento de que atrapalha o comércio local. Se não bastasse todo o desrespeito com o significado da data, também queriam desrespeitar as reflexão que dela se esperam. Por sorte (mesmo que pelos motivos errados), o pedido não avançou e a vitória se deu para os trabalhadores.
Trabalhadores estes que já vem sofrendo com a reforma trabalhista, que completou 2 anos e marcou um golaço: 38 milhões de trabalhadores na informalidade, 12,5 milhões de desempregados e uma precarização das relações de trabalho que vem sendo chamada de uberização.
Voltando ao assunto chave, a população brasileira negra precisa matar um leão por dia. E ainda assim aparece casos e mais casos e mais casos de racismo por parte de uma parcela da população que nem deveria ser considerada humana.
Nesta semana, o professor de jornalismo da UNESP-Bauru, Juarez Xavier, foi esfaqueado e chamado de macaco pelo agressor. Se isso não bastasse, o professor já foi alvo de racismo em mensagens dos banheiros da universidade, que o chamavam também de macaco.
A luta dos negros não é só de corpo, é de alma. É provar e provar novamente que suas atitudes não são suspeitas, que você não é bandido, que você não fede, não é um delinquente, que seu cabelo não é ruim, que sua cultura não é do demônio.
Ser negro é isso, mesmo que haja lápis apontados e facas apontadas em sua direção, ser negro é lutar todo dia em uma sociedade estruturalmente racista e que se recusa a aceitar que é racista.
