Cidade Política

No Zoo

Um grupo de alunos do ensino médio fazia uma visita ao zoológico. Em cada jaula, o professor matava a curiosidade dos estudantes explicando as particularidades desses e dos costumes do animal observado.
Diante do recinto reservado à hiena, o professor fez algumas revelações a respeito da vida do bicho:
A hiena é um animal de hábitos interessantes: se alimenta das fezes dos outros animais; faz sexo apenas uma vez por ano e ri muito.
Um dos alunos inconformado com o modo de vida da hiena, perguntou:
Professor, me explique: uma criatura que come merda e só faz sexo uma vez por ano, ri de quê?

Na Zoada

Os renomados fabulistas da literatura mundial, para denunciar os defeitos dos seres humanos e escapar da vingança dos poderes denunciados, atribuíram aos animais as virtudes e os vícios típicos da fauna humana.
A técnica atravessou os séculos e é utilizada até os dias de hoje só mudou o veículo de divulgação. Em lugar do texto usa-se o vídeo.
Imagens de um bando de hienas atacando um leão, bombou nas redes sociais por algumas horas no dia 28 p.p.
De cara, os espectadores sacaram que o leão não era outro se não o capitão Jair Messias Bolsonaro, o presidente do Brasil. As hienas atacantes, acuadoras e importunadoras representam o STF, a imprensa, a OAB, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) a ONU, os partidos de oposição como PT, PCdoB e o próprio partido do presidente, o PSL, agora dividido e mais perdido do que peido em bombacha porque desconhece a saída para a crise interna que o assola.
O ataque indiscriminado às várias instituições representativas da sociedade logo gerou reações de repúdio e Bolsonaro entendeu que a fantasia de leão não lhe fica bem nem a imagem de hienas combina com as organizações bem intencionadas que querem vê-lo governando bem esse país. Teve um instante de lucidez e retirou o vídeo do ar, pediu desculpas, mostrou-se arrependido e prometeu reparação. Na qualidade de pai extremoso, aproveitou a ocasião para tirar a responsabilidade pela infeliz postagem das costas do filho Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) useiro e vezeiro em atitudes como essa do vídeo ofensivo e sem graça.
O ministro do STF Celso de Mello comentou que “o atrevimento presidencial parece não encontrar limites”.
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, não deixou por menos e declarou no Twitter:
“Deus limitou só a inteligência. A burrice é ilimitada”. A moral da história: para manter a concórdia, a credibilidade e a governabilidade, o presidente deve usar mais a Bic e menos a boca.
Já que se está no campo das fábulas e da esculhambação, convém não desperdiçar a ideia proposta e se faça uma reinterpretação das imagens veiculadas pelo vídeo do leão e das hienas. A autoria do vídeo é desconhecida, mas é creditada ao clã Bolsonaro. Na releitura, as hienas assediadoras representariam o povo descontente que assedia o leão. O rei dos animais seria a representação dos três poderes da república pressionados pelas hienas para que produzam alguma coisa de útil em benefício da sociedade.
Porém, dos três poderes, isto é, do governo só tem saído cagadas e mais cagadas que geram preocupações, aflições, decepções, desespero e manifestações nos meios sociais.
Comer merda, fazer pouco sexo e rir muito. De raiva, claro!

Tô certo ou Tô errado?

Colunista:
João de Barros Crepaldi.