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Expedição de cientistas percorreu mais de 1 mil km do Rio Tietê

Trechos do rio em Ibitinga, Bariri, Barra Bonita, entre outros pontos, faze parte de monitoramento para coletar dados

Uma expedição científica percorreu o Rio Tietê da nascente à foz, reunindo pesquisadores de diversas universidades e instituições, para coletar dados sobre a qualidade da água, presença de microplásticos, pesticidas, fármacos e impacto da poluição nos ecossistemas aquáticos. A expedição passou por 15 municípios paulistas ao longo de cinco dias, e também contou com ações educativas e de comunicação durante o percurso. Os resultados serão compartilhados com a sociedade em 22 de setembro, Dia do Rio Tietê, e poderão contribuir para o planejamento da gestão hídrica em São Paulo.

A jornada começou em Salesópolis, onde o rio nasce, e seguiu por Mogi das Cruzes e Guarulhos. Depois, foi a Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Salto e Anhembi. Na quarta-feira, terceiro dia, o percurso continuou por Botucatu, Barra Bonita e Bariri. No quarto dia, os pontos de coleta acontecera, em Ibitinga (km 708), Promissão e Avanhandava. Por fim, a expedição encerrou o trajeto em Pereira Barreto e Itapura, já na foz do Tietê, totalizando cerca de 1.030 quilômetros de rio monitorados.

Pesquisa

A ação é liderada pela Fundação SOS Mata Atlântica, é realizada em parceria com cientistas e pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), além de integrantes do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos).

Objetivo

O objetivo é identificar os pontos mais críticos ao longo do curso do rio e contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à recuperação da bacia hidrográfica. Além das análises físico-químicas e microbiológicas, também será investigada a emissão de gases de efeito estufa – como o CO2, associado à degradação da matéria orgânica nos rios.

A iniciativa busca compreender as relações entre poluição, uso do solo, ausência de saneamento e os efeitos cumulativos da degradação ambiental na bacia do Tietê. “O monitoramento contínuo tem um papel essencial para engajar a sociedade e manter o tema da água limpa na agenda pública. Mas só isso não é suficiente”, afirma o geógrafo Gustavo Veronesi, coordenador da causa Água Limpa da SOS Mata Atlântica, em entrevista ao Jornal da Cidade, de Bauru.

“O que temos visto ao longo dos anos é que, sem políticas públicas bem estruturadas, investimentos em saneamento e fiscalização eficaz, a qualidade dos nossos rios segue estagnada ou em retrocesso. Com a expedição, unimos a força da sociedade civil ao conhecimento acadêmico para ampliar esse diagnóstico e pressionar por ações concretas que revertam esse cenário”.