Segundo matéria publicada pela veja em 31 de julho 2019, 86% dos brasileiros possuem transtornos mentais de alguma natureza e algum grau , diante a este fato podemos chegar a conclusão que nosso modelo de sociedade não está dando muito certo até o momento. Os fatores são dos mais variados, pressão no trabalho, problemas com familiares, abuso infantil, abuso com drogas, abuso de álcool enfim, essas causas são realmente as mais variadas possíveis, mas existe uma em especial que quero abordar nesta nossa conversa que é a decepção.
Inevitavelmente, por mais zelosos e protetores que os pais possam ser, em algum momento da sua vida você vai se deparar com decepções, é uma constante na vida do ser humano moderno, que também podem ser causadas pelo mais diversos fatores, já li muita coisa afirmando que há um certo poder nesses casos em que você se encontra decepcionado, uma força que te motiva a romper limites e paradigmas, mas há também uma espécie de lado obscuro nessa força que pode te levar para baixo te colocando num limbo psicológico complicado de se sair, isso é inerente ao tamanho dessa decepção e é exatamente aí onde eu queria chegar.
Se pararmos pra pensar com a nossa cabeça somos nós mesmos que geramos todas essas decepções, normalmente num primeiro momento projetamos a culpa nas outras pessoas ou em algum evento em específico e é exatamente aí onde erramos e nos frustramos. Toda essa carga emocional se origina de nós mesmos, de nossas expectativas que criamos em relação à pessoa ou o evento ocorrido, essa esperança que depositamos em coisas que não são nós mesmos faz a gente perder o controle da nossa própria vida e aí pode ser só o começo de um ciclo de decepções.
Veja bem, não estou aqui falando para a gente deixar de ter sonhos, metas e aspirações elevadas, claro que não, estou propondo a gente saber moderar nossas expectativas diminuindo assim as decepções, ou melhor ainda, colocar essas expectativas e toda a energia que isso gera em nós mesmos, retomando pra gente o controle da nossas vidas. Penso que podemos evoluir como sociedade vivendo de uma maneira mais leve e sem culpar ou sobrecarregar os outros com o peso das nossas expectativas.
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Colunista:
Francisco Flávio Simões Neto
