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Leishmaniose Visceral: A Doença Incurável

A leishmaniose visceral canina (LVC) ou calazar como é mais conhecida, é uma doença não contagiosa causada por três protozoários do gênero Leishmania. Tem grande importância dentro da medicina veterinária e humana pois trata-se de uma zoonose.
Ela é transmitida através da ação da picada da fêmea do inseto vetor da doença, o mosquito palha, assim infectando os cães com o protozoário da Leishmania chagasi.
Os sintomas da leishmaniose visceral canina (LVC) são diversos, características as lesões, descamação e coloração branca prateada na pele. Nas patas, pode pododermatite, pele grosseira devido ao excesso de queratina (hiperqueratose) e unhas espessas em formato de garras (onicogrifose). Esses animais também podem apresentar problemas oculares, como secreção persistente, piscadas excessivas e incômodo nos olhos.
O parasita pode prejudicar diversos órgãos internos como rins, fígado e sistema digestivo. Entre os sinais mais comuns estão vômito, diarreia, sangramento nas fezes, perda de apetite, desidratação e irregularidade no trato urinário.
O diagnóstico da leishmaniose visceral canina é feito por um médico veterinário, com base no histórico e anamnese do animal, sinais clínicos apresentados pelo paciente e exame físico, porém só será possível afirmar que o animal é positivo para LVC através do diagnóstico imunológico ou parasitológico. Além disso os exames complementares como exames de sangue e de imagem são importantes a fim de avaliar o estado geral do paciente.
O tratamento dessa doença não era aconselhado pelo Ministério da Saúde, pois não existe cura para os animais, e por tratar-se de uma zoonose, podendo ser transmitida para os seres humanos. Atualmente esse cenário mudou, após ter sido aprovado um medicamento para o tratamento da LVC, o milteforan. Ele não permite a cura total do animal, porém diminui a carga parasitária, permitindo que o paciente não apresente mais lesões e sinais da doença.
A prevenção ocorre por meio do combate ao inseto transmissor, com diversas medidas como limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição, destino adequado do lixo orgânico, limpeza dos abrigos dos animais, uso de inseticidas nas paredes da casa e nos abrigos dos animais, tela de proteção, uso de coleira repelente. Também existe a vacinação contra a LVC, porém os animais devem testar negativo no exame sorológico, e infelizmente, a vacina não previne totalmente o animal de ser infectado.
Autor: Matheus E. de Souza – Acadêmico do 4º Ano de Medicina Veterinária
Colaborador: Leandro C. de Souza – Médico Veterinário

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