O Prefeito de Itajobi, Lairto Luiz Piovesana Filho, a primeira-dama Cristiane Angelita Goberski Piovesana, o padre Wanderley Ramos dos Santos, da Diocese de Catanduva, e um amigo do prefeito, Sebastião Antonio Muller, foram denunciados pelo Ministério Público por desvio da merenda escolar. Todos são alvo de ação civil por improbidade administrativa.
Segundo o promotor de justiça, Dr. André Luis de Souza, carne de frango, legumes e óleo de cozinha, além de outros produtos da merenda dos alunos de escolas municipais, foram desviados para a realização de festas na Igreja Matriz de São José, em Itajobi, durante o ano 2018, quando padre Wanderley era o pároco da igreja.
A investigação teve início há cerca de um ano e foram concluídas agora, em maio. Assim que as investigações começaram, o padre foi transferido para Urupês. De acordo com a denúncia, funcionários da Prefeitura e de estabelecimentos da cidade foram ouvidos como testemunhas e afirmaram que pelo menos 400 frangos que seriam destinados à merenda escolar foram desviados de açougues e um supermercado que fornecia para a prefeitura. Os frangos foram assados e vendidos em quermesse realizada em 2018. Um dos depoentes afirmou em depoimento “que os frangos foram doados pela prefeitura, atendendo pedido do padre Wanderley”. Os outros produtos foram retirados da cozinha municipal, por Sebastião Muller, de acordo com uma funcionária da cozinha.
“O padre Wanderley deu ordem expressa para que os produtos fossem adquiridos em dias alternados, para não levantar suspeitas, e que era para pegar o que fosse necessário para a preparação do jantar”, disse uma funcionária da igreja no depoimento.
Além dos alimentos, a Prefeitura também teria pago um DJ para a festa. O próprio DJ confirmou em seu depoimento que abateu do contrato que mantinha com a prefeitura os valores pelos trabalhos realizados a pedido do padre. Os trabalhos realizados em eventos da igreja foram intermediados pelo amigo do prefeito, Sebastião Muller.
Os envolvidos terão que ressarcir os cofres públicos e podem ser condenados ainda a pagar multa de até R$ 1,7 milhão, que corresponde a 100 vezes o valor do salário do prefeito de Itajobi, que é de R$ 17 mil.
O Padre Wanderlei Ramos dos Santos negou as acusações, assim como o amigo do prefeito, Sebastião Muller. O chefe de gabinete da prefeitura de Itajobi, Ademir Etore Oliani, disse que “o prefeito não vai se manifestar até ter acesso aos autos.”
Fonte:
TV TEM