A quarentena tem sido um desafio para todas as pessoas, porém ainda mais desafiadora para famílias de autistas, já que a rotina é essencial na vida dos autistas e as terapias presenciais são importantíssimas, além da própria rotina escolar.
Se é difícil manter uma criança típica longe das salas de aula, a dificuldade redobra com crianças autistas, cujos pais e familiares têm que encontrar alternativas para complementar a rotina da criança em casa.
O assunto é muito delicado, pois como venho escrevendo semanalmente, cada autista é único, sendo impossível lançar aqui alguma recomendação que sirva para todos.
No caso da Luara, estamos evitando ao máximo deixá-la na frente da TV ou do celular, já que estes não são recomendados para crianças atípicas por trazer atrasos no desenvolvimento, principalmente na fala.
Variar os brinquedos, deixá-la brincar no jardim, desenhar, são atividades prioritárias, mas quando a criança fica entediada, infelizmente temos que apelar para a tecnologia.
Diante disso, deixo aqui a dica de um aplicativo para celular que se chama MITA. Trata-se de um aplicativo desenvolvido especialmente para crianças com autismo, cujos estudos apontam que traz benefícios para a linguagem.
Foi muito gratificante mostrar o aplicativo para a Luara e, após ensinar duas vezes, ela já conseguir fazer sozinha as fases iniciais. É um aplicativo gratuito, sendo que dentro do app há possibilidade de compras.
Algo que também ajudou muito foi um grupo de whattsapp criado pela escola, no qual as professoras enviam atividades diárias para os pais aplicarem em casa, além de muitas dicas de brincadeiras, vídeos, desenhos e leitura.
Nesta fase de quarentena, é muito importante a participação da escola, ainda que de forma remota, no quotidiano das crianças autistas, assim como a participação dos terapeutas, ainda que também de forma remota, para orientação dos pais, proporcionando melhor qualidade de vida para as crianças autistas.
Infelizmente sabemos que esta realidade ainda está muito longe de acontecer quando as terapias e colégio não são particulares, por isso a importância de se conhecer os direitos dos autistas, cujo assunto abordaremos nas próximas semanas.
Colunista:
Mirela Eliara Rueda
