Esporte

A História pediu Liverpool x Flamengo

A semifinal do Mundial de Clubes é a antessala do inferno para os sul-americanos. É a partida em que só o fiasco está em jogo, visto que a final contra o clube europeu já povoa o inconsciente coletivo desde o título da Libertadores. Fomos criados assim, não arredamos pé. E, diante de tamanha provação, o Flamengo sobreviveu, por fim com certa folga, após um primeiro tempo assustador. Está, depois de 38 anos, novamente às portas do título mundial. Ou pelo menos tentando adivinhá-lo pelo buraco da fechadura.
De Zico a Bruno Henrique, é tempo suficiente para desfolhar árvores genealógicas e, mesmo assim, é importante clamar: que seja o Liverpool. Talvez revival, talvez revanche. Não importa. Os mexicanos tentaram fazer salseiro no Mundial de Clubes justamente nesses dias que ardem em vermelho e preto. Enfrentar o Monterrey pode valer a mesma coisa em termos práticos, no caso de vitória ou de fracasso, mas a História não admite reticências e precisa ser escrita com maiúscula. Para o rubro-negro, aquele 1981 precisa, de alguma forma, encontrar esse 2019.
Se o primeiro tempo acabou com festa na monarquia teocrática da Arábia Saudita, provavelmente uma não-festa por excelência, ao fim da partida a favela estava solenemente aliviada. O Al-Hilal, já se sabia, nessa terça soube-se mais ainda, é um time que está longe de ser figurante, bem treinado e com nomes expressivos como Giovinco, Gomis e Carrillo. Como aconteceu diante do River Plate, após os primeiros 45 minutos o Flamengo saiu bailado, sendo girado no salão com mão na cintura e tudo. Mas, também como na consagração de Lima, ficou provado que este Flamengo, se vivo, é uma coisa muito séria. E o time de Jorge Jesus está sempre vivo. Está sempre a um espasmo da História.
Não há alegria indisponível quando Bruno Henrique está em campo. Tantos outros jogam, muitos nesse time brilham, mas é ele quem varre o campo com um ancinho em chamas, da Guanabara até a Namíbia, sem tocar o chão quando pisa na área, muito próximo da imortalidade quando sobe para cabecear. O flamenguista hoje está amarrado no tornozelo de Bruno Henrique, sendo arrastado mundo afora em delirante redenção, mesmo que sentado num buteco de São Cristóvão.
Esse Flamengo entende o que disputa. Entende, também, a loucura da multidão que o respalda, mas já não se intimida com essa pesada e trovejante responsabilidade, que já vitimou tantas formações rubro-negras — isso, afinal, é tradição e combustível. De peito aberto, tem se mostrado inabalável mesmo quando surgem esses obstáculos traiçoeiros, diante dos quais o melhor resultado será apenas evitar a quebra brutal de expectativas. O caminho flamenguista de 2019 não admite atalhos: que seja o Liverpool. É o que pede a História. É o que reivindicam a genealogia e a sabedoria ancestral das calçadas dos butecos.
Por: Douglas Ceconello

Caminho para Córdoba: conheça todos os adversários dos times brasileiros na Copa Sul-Americana

Os seis representantes brasileiros da Copa Sul-Americana de 2020 já conhecem seus primeiros compromissos na edição do torneio. Com os rivais definidos, o GloboEsporte.com apresenta cada um dos adversários das equipes que tentarão uma vaga na decisão, marcada para o dia 7 de novembro, no Estádio Olímpico de Córdoba, na Argentina.
Não há um chaveamento prévio até a final na Sul-Americana. A segunda fase do torneio será disputada apenas no segundo semestre e seus confrontos serão decididos em novo sorteio. A partir da próxima fase, 10 equipes eliminadas da Libertadores se juntam aos classificados dos primeiros duelos da competição. Com isso, o número de brasileiros pode aumentar.