Cidade Saúde

Saúde mental Consequências psicológicas pós pandemia

O tema da saúde mental já vinha ganhando mais destaque entre as pessoas, mas as mudanças causadas pela pandemia de Covid-19 evidenciaram ainda mais a questão.
Mais do que o causador de uma doença potencialmente fatal, o novo coronavírus vem provocando danos significativos na população em todo o mundo. Aqui, não estou falando da COVID-19 em si, e sim das consequências psicológicas pós pandemia. Fatores como esses podem ocasionar a manifestação ou o agravamento de sintomas psicológicos como a ansiedade, o estresse e a depressão. Vale ressaltar que não existe apenas um grupo específico que venha sofrer com os efeitos do isolamento social, assim, todas as pessoas estão sujeitos aos efeitos psicológicos ocasionados durante esse período de pandemia, independentemente de suas idades ou grupos sociais. Há uma série de consequências psicológicas associadas à pandemia do novo coronavírus e diversos estudos vêm sendo realizados mundo afora para monitorar esse cenário.
Contudo, como preveni-los e tratá-los, ter lista diária do que precisa ser feito, quando não sabemos exatamente o que fazer, o cérebro faz os exercícios de listar as tarefas que se deve lembrar a todo o momento. Listar o que precisa ser feito no dia é uma forma de “limpar” a mente e descansar o cérebro, o que diminui a sensação de angústia e ansiedade. Por isso, todos os dias, liste o que precisa ser feito, seja na vida pessoal ou profissional, e tente seguir o que foi proposto. Ao final do dia, a sensação de dever cumprido traz bem-estar e motivação mesmo em tempos difíceis. Ter uma rotina mais motivadora, seguir uma rotina que ajude a mente a entender processos é essencial no tempo dentro de casa. Ter pequenas tarefas para realizar em sequência ajuda o cérebro a entender que logo a pessoa começará a trabalhar, sendo um gatilho motivador para o indivíduo. Adicionar momentos de lazer na rotina, uma atividade que dê prazer, que seja diferente do que já faz.
É preciso que todos tenham um tempo diariamente para fazer algo que gostam, tanto para “descansar” o cérebro quanto para servir como um refúgio dos momentos de angústia. Cuidar da saúde física também é importante. Para isso, é necessário um conjunto de ações, como se alimentar corretamente, praticar exercícios físicos, ter tempo de sono adequado, etc. Tudo isso contribui para a saúde física, mas também colabora com o bem-estar mental.
As reações emocionais ao estresse da pandemia são normais, quando ela for embora, não teremos este estresse e o organismo volta ao seu equilíbrio natural. A ansiedade preocupa quando o foco de apreensão expande os limites relacionados com a pandemia, ela invade outras faces da vida como a familiar, conjugal e profissional. Na depressão, o indivíduo deixa de ter interesse pelas atividades que gostava, é invadido por intensa tristeza, sente uma irritabilidade incontrolável, sensação de fadiga, desgaste emocional, insônia, pensamentos negativos e até ideias de que não vale a pena viver. É muito comum a coexistência de sintomas depressivos e de ansiedade. Quando a ansiedade e a depressão começam a afetar a funcionalidade, é sinal que se deve buscar ajuda profissional.
Pedir ajuda é imprescindível, ainda mais durante a pandemia, caso perceba uma piora da saúde mental e do bem-estar, procure ajuda qualificada com psicólogos e psiquiatras. Ter um apoio profissional nesses momentos pode ser a melhor saída para passar por esse momento tão estressante quanto à pandemia.

PSICÓLOGA

ANGELINA ANDRADE

CRP: 06/159800