Geralmente eu tenho milhões de palavras para tudo, mas nesta semana eu fiquei sem elas. Eu demoro para cair a ficha, pois para mim a ideia de nunca mais ver alguém mais parece uma viagem de férias que a pessoa tirou do que a passagem da vida e a morte.
Desde que voltei para Borborema e passei a trabalhar no JT, me deparei com diversas situações anormais do meu dia-a-dia. Não é fácil se reenquadrar. E lá estava a Katita, sempre disposta a ajudar, dar conselhos, corrigir e brincar.
Sua presença sempre aliviou o ambiente de trabalho que, por sua natureza, é sério e hostil. Trabalhamos juntos em diversas matérias e toda semana que o “Nossa Terra, Nossa Gente” ia ser publicado, você ficava ao meu lado mostrando como queria que o conteúdo saísse.
Algumas pessoas acreditam que Deus põe em nossas vidas pessoas a quem devemos conhecer naquele momento. E você me guiou com a maestria de uma professora que sempre foi e sempre será.
Você é muito importante para mim. Eu não imaginei que aquele dia no hospital, que te visitei pela janela, seria nossa última conversa. Espero que você esteja ensinando os anjos as nuances de nossa língua e contando para todos suas histórias de matérias e coberturas.
Para mim, isso não é um adeus. “Buonanotte, Katita”. E até amanhã.
GABRIEL HORTENSI