Cidade Homenagem

A história das histórias quem foi Kátia Claudino para quem a conheceu

Com uma calorosa salva de palmas e muita emoção, familiares e amigos se despediram de Maria Catarina Claudino Melo, nossa querida Kátia Claudino, sepultada no Cemitério Municipal às 10h da manhã do dia 01º de maio de 2021. Aos 68 anos de idade, Kátia foi a 31ª vítima da Covid-19 em Borborema.
A seguir, tentarei da melhor forma possível falar sobre essa mulher tão incrível e especial que nós do Jornal A Tribuna e toda população borboremense tivemos o privilégio de ter em nossas vidas. E quando digo privilégio, é no termo literal. Por onde Katia Claudino passou, deixou seu toque de amor, carinho, ternura e alegria.
E é exatamente por isso que é impossível mencionar seu nome sem se lembrar de sua imensa e inestimável contribuição para a comunidade borboremense. Filha dessa terra, Kátia é bisneta de um dos fundadores da cidade, Major Claudino do Nascimento, e sempre carregou com orgulho o nome da família.
Formou-se professora através do Magistério e iniciou sua carreira ensinando dezenas de crianças borboremenses (hoje adultos) os primeiros conhecimentos, sendo para todos aquela professora inesquecível.
Seu casamento lhe rendeu três grandes presentes, as filhas queridas Kalinka Melo Gaddini dos Santos, Erika Gaddini e Katharina Melo Gaddini. Passou muitos anos longe de Borborema, retornando para sua terra natal há exatos 19 anos. Desde então, trabalhou na Escola ABC Junior e foi Conselheira Tutelar do primeiro colegiado de Borborema, onde ajudou a construir as políticas municipais de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Foi nessa época que eu a conheci. Como morava ao lado da escola ABC, sempre ia na porta da escola para conversar com aquela moça simpática, que imediatamente se tornou minha amiga.
Depois disso, Katia começou uma nova missão em sua vida e importante parte de sua história unindo-se a equipe da então Gráfica São Marcos e do Jornal A Tribuna. Como sempre sonhou em ser jornalista, desde a infância, foi de pouco em pouco se aproximando do Jornal. Ajudava na correção das páginas, acompanhava entrevistas, fotografava os acontecimentos, elaborava as propagandas, escrevia as matérias policiais, até que com a vacância da posição de redatora, Katia finalmente assumiu o Jornal A Tribuna.
E uma de suas principais realizações à frente do Jornal A Tribuna foi, sem dúvida, o lançamento da saudosa coluna “Nossa Terra, Nossa Gente”, que toda semana trazia a história de um borboremense diferente. Para Kátia, era um sonho realizado. “Sempre quis escrever a história de Borborema de um jeito diferente. Achava muito chato uma pessoa só contando a história de um monte de gente, então comecei a dar voz a um monte de gente que queria contar essa a mesma história, a história dos borboremenses”, contou Katia.
Nos 7 anos em que a coluna “Nossa Terra, Nossa Gente” foi publicada, Katia entrevistou um total de 250 borboremenses, contando com maestria a história das pessoas e famílias que construíram a Borborema que conhecemos e eternizando essas histórias nas páginas do Jornal A Tribuna. “Foram tantas emoções vividas nos 7 anos de Nossa Terra, Nossa Gente que chega a ser impossível descrever”, expressou Katia.
Em 2013, Katia recebeu o diagnóstico de Câncer de Mama e precisou se afastar do Jornal e da carreira de professora, que havia recentemente retomado. Com muita fé e muita luta, ela venceu a doença e, aos poucos, foi retomando seus projetos. Voltou a escrever o “Nossa Terra, Nossa Gente” por mais dois anos, e atuou como professora readaptada na Escola Manoel.
Katia positivou para a Covid-19 em 23 de março de 2021, dois dias após participar, como convidada especial, da Live de Aniversário de 95 anos de Borborema, onde em entrevista contou toda sua história e emocionou os telespectadores. Foi internada no Hospital São Sebastião no dia 27 e transferida para a UTI do Hospital Carlos Fernando Malzoni, de Matão-SP, no dia 31. Foram 30 dias de luta, altos e baixos, até que no fatídico dia 30 de abril, Kátia descansou.
E assim Borborema perdeu mais uma de suas joias mais preciosas. Uma mulher que foi mãe exemplar, avó amorosa, melhor amiga, professora querida e jornalista incomparável. Toda população borboremense que conheceu a história e trabalho de Kátia Claudino, sente nessa partida uma perda inestimável.
Que Deus a acolha e lhe dê o descanso e paz merecidos depois de tanta luta aqui em baixo. Nós ficaremos com o imenso vazio que sua ausência deixará. Porque na vida de todo mundo que a conheceram, Katia Claudino foi GIGANTE. E por ela, todos nós, teremos amor eterno.
A missa de 7º dia será celebrada hoje, sábado, dia 8 de maio, às 19h, na Igreja Matriz de São Sebastião.
“Você é a força, a garra, sabedoria, coragem, a compreensão, a ternura, é a mãe, a avó, irmã, tia, cunhada, sogra, a amiga, é o mar azul, o samba enredo, a orquídea rara, a lasanha aos domingos, é o lar, o amor, a saudade e a Fé. Você é a vida! Você é a coisa mais “Bella”. Você será lembrada, amada e honrada todos os dias”.

DA REDAÇÃO