O descontrole, a falta de respeito e as palavras ásperas direcionadas aos jornalistas são muitos comuns. A tentativa de controlar as informações que são divulgadas, quando fogem deste controle, deixam o entrevistado furioso e a resposta é simples e clara: CALA A BOCA!
Acham que estamos falando de Bolsonaro? Não.
Estamos falando do General Newton Cruz, que em 1983 disparou um “Cala a boca” contra o jornalista Honório Dantas, jornalista da Rádio Planalto. Após o ataque, Dantas se retirou e foi agredido pelo general, que deu uma chave de braço no jornalista até que ele pedisse desculpas.
Se o caso de Bolsonaro fosse isolado, poderíamos dizer que ele estava em um dia ruim. Mas não é. Seu filho, dentro do Congresso, fez menção ao Ato Institucional número 5, que tirou a liberdade e cerceou direitos; outro filho disse que, para fechar o STF, era preciso um cabo e um soldado; um dos filhos também disse que a democracia não dá certo.
Não bastasse todo esse apreço à ditadura, Bolsonaro recebeu nesta semana o Major Curió, denunciado por sequestro e tortura durante a ditadura militar. Junto com isso, não podemos esquecer da forte consideração que o Presidente tem por Carlos Alberto Ustra, ex-chefe do DOI-CODI e um dos órgãos atuantes na repressão política e da fala de Bolsonaro sobre as manifestações no Chile: Se o ditador Pinochet ainda governasse, aquilo não aconteceria.
A liberdade de imprensa é o primeiro ponto da representação do Estado Democrático de Direito pois, a partir da liberdade de falar o que alguém não goste que seja falado, podemos mostrar de que é possível. Essa liberdade foi o que permitiu que Lula fosse preso e Dilma caçada. Se ambos fossem ditadores, nem ficaríamos sabendo de seus roubos.
A mudança na Polícia Federal deixa claro a tentativa de Bolsonaro de parar investigações. A tentativa de calar quem não fica quieto. A Imprensa não se cala!
