A leptospirose é uma doença infectocontagiosa, ela é causada por bactérias do gênero Leptospira. Muito conhecida por se tratar de uma zoonose, ela é transmitida as pessoas através de animais domésticos e silvestres. Em estações quentes como no verão e em épocas de chuva sua prevalência aumenta.
A transmissão se inicia quando um animal contaminado elimina a bactéria pela urina, ela entra em contato com o solo sendo espalhada pelas ruas através das chuvas. Os animais saudáveis podem adquirir a doença caso bebam a água contaminada, ou por contato caso possua uma ferida.
Após entrar no organismo, as bactérias provocam uma rápida infecção sistêmica através da corrente sanguínea, atingindo os olhos, trato genital, SNC, baço e, principalmente, o fígado e os rins. Com a evolução da infecção, as bactérias são eliminadas pela urina, no ambiente elas precisam de um local quente e úmido para sobreviver e encontrar novos animais para a continuidade do ciclo.
Os cães são os maiores transmissores aos humanos, por terem o hábito de brincar em poças e beber água da rua. Eles podem apresentar diversos sintomas, como: perda de apetite, febre, vômito, diarreia, perda de peso, desidratação, poliúria, polidipsia, letargia, tremores e espasmos, dor ou rigidez muscular, disúria, icterícia, dispneia, tosse, edema, hematúria, hematoquezia, hematêmese, hipotermia, secreção ocular ou nasal, halitose, além de causar abortos. Em casos avançados observa-se petéquias na pele, úlceras bucais, hemorragia em mucosas e conjuntivas, insuficiência renal e hepática, além de uveíte, meningite e aborto.
A leptospirose é difícil de ser diagnosticada, pois seus sintomas são comuns em diversas doenças. Além da anamnese e do exame físico, são necessários exames de hemograma, bioquímico e urinálise, bem como cultivo de amostras de sangue e urina, mas os exames específicos para diagnóstico são o PCR ou sorologia, porém são mais caros.
O tratamento é iniciado com fluidoterapia para corrigir possível dano renal agudo, junto com administração de antibiótico para eliminar a bactéria, sendo o mais recomendado a penicilina, em associação ou não a doxiciclina. O restante do tratamento é feito com base nos sintomas apresentados.
O método mais eficiente para prevenir os cães de infectarem-se com a leptospirose é a vacinação anual, feito com vacinas polivalentes (V8 ou V10). Além disso é importante evitar o contato de roedores com a ração do animal, não permitir que ele beba água da rua ou brinque em poças de água.
Autor: Matheus E. de Souza – Acadêmico do 4º Ano de Medicina Veterinária
Colaborador: Leandro C. de Souza – Médico Veterinário