É comum nos dias de hoje muitas pessoas ficarem em dúvida sobre a diferença entre tristeza e depressão.
Há quem diga que toda tristeza é sintoma de depressão, ou que tristeza e depressão são coisas distintas. Mas e então? Como saber se você está passando por um período de tristeza ou de uma possível depressão.
A tristeza e a depressão apresentam muitos pontos em comum, mas ao mesmo tempo são dois conceitos completamente diferentes.
É muito importante fazermos uma distinção clara entre tristeza e depressão. A tristeza é uma emoção humana desagradável, mas natural, que tem a ver com o contexto que estamos vivendo em um determinado momento. No caso da perda de alguém importante, por exemplo, é natural que a pessoa sinta uma tristeza muito profunda, que vai acabar afetando seu dia a dia e atrapalhando suas atividades e relacionamentos. Se tudo correr de forma saudável, essa tristeza vai passar progressivamente e a pessoa vai retomar suas atividades normais, conforme isso acontece. Outro exemplo seria, quando você é demitido do trabalho e sente que aquilo foi uma grande injustiça, você está em um momento bem propício de sentir tristeza. Porém o tempo passa, você encontra outro emprego, e aquela dor de antes já não incomoda tanto, até que um dia ela desaparece.
É claro que nem todas as pessoas lidam bem com perdas, e as situações citadas acima são difíceis de serem suportadas por qualquer pessoa, mas a ideia que quero passar é justamente esta: a tristeza é um sentimento momentâneo, que com o passar do tempo já não incomoda tanto e não prevalece na rotina.
Já a depressão é um transtorno psicológico com características próprias, que vão muito além da tristeza. Depressão ou Transtorno Depressivo Maior (o tipo mais comum de depressão) é uma doença psiquiátrica que afeta a qualidade emocional e física das pessoas. O que a difere de uma tristeza é justamente seu tempo de duração e demais sintomas que acompanham essa doença. Então conforme o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), podemos considerar como sintomas da depressão, Humor deprimido na maior parte do dia; Diminuição do interesse ou perda em quase todas as atividades; Insônia ou excesso de sono; Agitação ou lentidão; Fadiga ou perda de energia; Sentimento de culpa excessivos; Dificuldade de se concentrar, pensar ou tomar decisões; Pensamentos de morte ou ideação suicida. Esses sintomas persistentes por um período de duas semanas, quase todos os dias e causando grande prejuízo no funcionamento do indivíduo. Lidar com a depressão direta ou indiretamente é uma tarefa extremamente desgastante. Mas acredite: você não precisa passar por isso sozinho.
Nós, profissionais da saúde, estamos aqui justamente para dar esse suporte e ajudá-lo a enfrentar essa fase difícil. O diagnóstico de depressão pode ser feito por um médico, de preferência psiquiatra ou por um psicólogo, que pode classificar a depressão de acordo com a sua gravidade, que varia com a quantidade de sintomas presentes. O tratamento para depressão é feito com o uso de medicamentos antidepressivos recomendados pelo psiquiatra e a realização de sessões de psicoterapia, geralmente, feitas semanalmente com um psicólogo.
Não tenha medo. Não se cale. Procure ajuda especializada, para que assim você possa enfrentar seus desafios, medos e angústias, e com isso, ter uma boa qualidade de vida para você e para as pessoas que estão ao seu redor. “Uma pessoa que se tornou ‘consciente de si mesma’, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento”. (B.F. Skinner).
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PSICÓLOGA
ANGELINA ANDRADE
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