A toxoplasmose é uma doença infectocontagiosa causada pelo protozoário denominado Toxoplasma gondii, ela é comumente conhecida como “doença do gato”, pois esse tipo de parasita é encontrado nas fezes de gatos infectados, sendo eles o hospedeiro final do ciclo do protozoário. Essa doença tem grande importância para saúde pública, tanto para os animais, quanto aos seres humanos, pois trata-se de uma zoonose, sendo assim, transmissível dos animais para as pessoas.
Mesmo o gato sendo um grande transmissor da toxoplasmose, não é a única forma de transmissão da doença. A forma mais comum de transmissão aos humanos é por meio da ingestão de alimentos contaminados pelo protozoário, como verduras mal lavadas e carnes cruas. É possível infectar-se através do contato com fezes contaminadas de gatos infectados, mas para que isso ocorra as fezes devem permanecer no ambiente por pelo menos 24 horas, e a porta de entrada é exclusivamente por via oral, sendo incomum. Além destas, existe a transmissão congênita, que faz animais e pessoas infectadas pelo protozoário passarem a doença para os filhotes e filhos durante o nascimento, por meio da via transplacentária.
Embora os cães também estejam sujeitos a serem contaminados pela toxoplasmose, eles não se tornam disseminadores da doença como os gatos.
Os sintomas da toxoplasmose em gatos é variado, muitos podem ter a doença desde o nascimento, mas não apresentar sintomas ou morrem após o parto. A grande maioria ocorre em gatos infectados ao longo da vida que apresentam algum tipo de disfunção imunológica, como FIV ou FELV, podendo causar anorexia, letargia, mucosas ictéricas, ascite, dispneia, uveíte, tremores, convulsões e paralisia. Em cães pode-se manifestar de maneira similar à cinomose, não sendo necessária disfunção imunológica, causando febre, vômito, diarreia, tremores, convulsões, fraqueza, membros rígidos e paralisia.
O diagnóstico é feito por um veterinário, com base no histórico do animal, nos sintomas apresentados e exame físico. Essa doença é de difícil diagnóstico, sendo necessário na maioria dos casos exames complementares, como hemograma, bioquímico e sorologia. Em gatos o tratamento baseia-se na administração de clindamicina durante 30 dias, a sintomatologia é rapidamente revertida, exceto os sintomas oculares e neurológicos, mas os sintomas oculares são revertidos com uso de clindamicina tópica.
Para evitar a contaminação dos animais, é necessário que eles não ingiram alimentos infectados pelo protozoário, evitar carne crua e mal cozidas auxilia na prevenção, além disso deve-se controlar as saídas dos gatos para a rua. Com o animal dentro de casa e higiene em dia, dificilmente ele será contaminado.
Autor: Matheus E. de Souza – Acadêmico do 4º Ano de Medicina Veterinária
Colaborador: Leandro C. de Souza – Médico Veterinário
