De acordo com a convenção de 1951, relativa ao estatuto dos refugiados (O.N.U.), são refugiados todas as pessoas que se encontram fora de seu país por fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião politica ou participação em grupos sociais , e que não possa (ou não queira) voltar pra casa.
Os números são assustadores. Também segundo a Organização das Nações Unidas, mais de 70,8 milhões de pessoas se encontraram forçadas a saírem de suas casas, contra sua vontade e interesse, e metade dessas pessoas são menores de 18 anos de idade. O recordista de “envio” de refugiados é a Síria com 6,7 milhões de refugiados, seguido por Afeganistão com 2,7 milhões, e Sudão do sul com 2,3 milhões, por coincidência ou não, todos estados com maioria muçulmana.
A grande maioria é impedida de cruzar as fronteiras, por medidas cada vez mais proibitivas dos governos dos países de destino dessas pessoas, o que é um desrespeito aos direitos de tais cidadãos que se encontram em tal situação calamitosa, ninguém gosta de ter de mudar de seu país de origem por perseguição, em sua maioria politico religiosas, assim o fazem por sobrevivência apenas.
Atualmente existem diversos campos de refugiados espalhados pelos mundo, muitos deles localizados nas fronteiras, e muito próximos ou mesmo dentro de zonas de guerras, correndo risco eminente de um massacre. A pouca ajuda que ajuda que encontram vem da O.N.U. e principalmente de Médicos Sem Fronteiras, que organizam (como podem) tais campos e tratam dos enfermos e feridos, também fazendo o trabalho de vacinação preventiva.
O que é fato também é que muitos dos que conseguem cruzar as fronteiras são recebidos com violência até maior das que fugiram. Segundo Aurélie Ponthieu, especialista no deslocamento de população de MSF (Médicos Sem Fronteiras) “ Os pacientes descrevem encontros brutais com traficantes, guardas de fronteira e outros predadores. Eles foram detidos, espancados com rifles, açoitados com tubos, roubados, capturados em troca de resgate ou abusados sexualmente.”
Não pense você que essas coisas acontecem apenas no oriente médio ou África, aqui mesmo no Brasil esses casos são recorrentes. No ano de 2018 foi, no Brasil o maior numero de solicitações de reconhecimento de condição de refugiado, no total 80 mil foram solicitadas, sendo 61.681 venezuelanos, que aqui são recebidos quase que na totalidade como animais, vitimas de preconceito racial e violência da parte dos brasileiros.
Se não fosse vergonha o bastante a população atacar pessoas que não tem onde ficar, refugiados esfomeados que buscam apenas um lugar pra viverem em paz, todos os governos anteriores e o atual fecham os olhos em relação a isso, não fazendo absolutamente nada a respeito, agravando uma crise humanitária já instaurada também no nosso país, até por que soa bastante incoerente num pais como nosso, onde houve provavelmente a maior miscigenação da historia da humanidade, estrangeiros sejam cerceados dos seus legítimos direitos, de viverem em paz, por preconceito e falta de empatia.
Colunista:
Francisco Flávio Simões Neto
