Praticamente todo ser humano já se deparou em algum momento da vida com a frase “o poder lhe subiu a cabeça”, tal comportamento normalmente se dá após uma ascensão da pessoa, seja no meio profissional com uma promoção ou aumento de poder, seja no meio social como um grupo de igreja ou amigos.
Essa ascensão pode causar certas mudanças, muitas vezes para o mal, em pessoas não preparadas para esse pequeno aumento de poder, usando-o em demasia, muitas vezes se distanciando das outras pessoas, como se fossem superior aos demais, por exemplo um porteiro extremamente exigente e proibitivo causando transtornos a todos que desejem passar por sua guarita.
O que muita gente não sabe é que esse problema tem nome: Síndrome do pequeno poder. Uma vez iniciado esse tipo de comportamento dificilmente o opressor compreende que assim está agindo, o que torna um modo de agir recorrente, não obstante, a vítima pode ter vários danos, desde desmotivação no trabalho, depressão e até mesmo de ordem financeira. Imagine, por exemplo, um guarda de trânsito que te multe de forma injusta apenas para exercer seu poder de multa-lo.
Segundo a psicanalista Luciana Saddi, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanalise, “ … o grande problema é que a vítima acaba achando que os abusos são normais e, de certa forma, se acostuma com isso , o que não deve acontecer”
Casos como esses devem ser combatidos, caso contrário serão eternizados em nossa sociedade, pois quem agora é vítima desse tipo de opressão, num próximo momento pode se tornar o opressor , assim como escreveu o patrono da educação brasileira Paulo Freire “ Quando a educação não é libertadora o sonho do oprimido é ser o opressor”.
Colunista:
Francisco Flávio Simões Neto
