Há cerca de 15 dias, um acórdão indeferiu o pedido da defesa de Anderson Dornellas Ulrich, acusado pelo feminicídio de Thais Andrade no final do carnaval de 2019. Na ocasião, Anderson se entregou à Polícia e admitiu o assassinato de Thais, com o qual ele estava junto há cerca de 6 anos. Foi decidido pelo juiz que ele responderá ao crime em liberdade e agora, em fevereiro, foi definido que ele será julgado pelo Tribunal do Júri.
No acórdão que não corre em segredo de justiça, o réu recorreu da decisão alegando “ausência de dolo”, ou seja, que o assassinato não teria sido feito com intenção. O crime, como descreve a denúncia, “envolveu violência doméstica e familiar” e “a materialidade é incontroversa e há suficientes indícios quanto à autoria”.
O pedido da defesa era de que o processo fosse julgado por um juiz. Porém constitucionalmente cabe a um Tribunal do Júri (conhecido comumente como Júri Popular), porque primeiramente o caso não depende de admissão de acusação. “… a pronúncia não revela juízo de mérito, mas apenas de admissão da acusação…”.
Como todas as circunstâncias apontam para uma possível ação com ânimo suicida, mas apenas em tese, cabe ao Tribunal do Júri, órgão competente, decidir se houve dolo ou não, além do próprio julgamento.
Por isso, foi definido no acórdão de que o Júri Popular deve julgar Anderson Dornellas Ulrich pelo homicídio pois é resguardado o direito do povo julgar seu semelhante, já que não caberia ao juiz, neste caso, julgar se houve dolo ou culpa. Por isso, foi negado o pedido da defesa de Anderson de não ser levado à Júri Popular. Ainda não há informação de quando o julgamento será realizado.
Relembre o caso
No dia 05 de março de 2019, Borborema amanheceu com a notícia de que Anderson Dornellas Ulrich (25) havia assassinato sua mulher, Thais Andrade. O caso aconteceu após discussão do casal e que resultou com Anderson esganando a esposa até a morte. Após a ação, ligou para os pais informando que “havia feito merd%”, pensou em se matar e se entregou a polícia. O caso causou comoção no país todo.
Preso, foi decidido pelo juiz que ele responderia em liberdade em setembro, o que causou inconformidade na população, especialmente amigos e conhecidos de Thaís. Agora, foi decretado que ele será julgado em um Júri Popular, em data ainda indefinida.