Borborema se deparou essa semana com um caso muito chocante de um animal abandonado à própria sorte pelo tutor. Encontrado por moradores e resgatado pela Guarda Civil, o pobre bichinho precisou ser eutanasiado para evitar que sofresse mais. Pelos ferimentos, é possível deduzir que descaso do tutor com o pequeno não foi repentino: o pobrezinho deve ter sofrido um bom tempo sem água, sem comida e sem os cuidados básicos.
Morreu em dor e agonia, sem ninguém para ficar ao seu lado e tendo conhecido apenas a face maléfica de algumas pessoas que fazem questão de se importar pouco e cada vez menos com o sofrimento alheio.
Desejamos, de coração, que o responsável pela atrocidade seja encontrado e levado à justiça. Também desejamos que casos como esse sejam levados mais à sério pelos órgãos reguladores, já que muitas vezes nos deparamos com um desdém no cumprimento de leis e regras com relação aos animais.
Além da face do mal borboremense, escancarado na morte desse pobre cachorrinho, tivemos esta semana o escancaro da face do mal de uma classe brasileira raivosa e invejosa com os mais pobres.
O “super” ministro Guedes, entre mentiras e esdrúxulas tentativas de minimizar os problemas que a atual gestão nacional se encontra, conseguiu verbalizar em alto e bom tom o que todo mundo já sabia: ele odeia pobre.
“O câmbio não está nervoso, (o câmbio) mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada… Antes que falem: “Ministro diz que empregada doméstica estava indo para Disneylândia”. Não, o ministro está dizendo que o câmbio estava tão barato que todo mundo está indo para a Disneylândia, até as classes sociais mais…”
Ao que parece, Guedes cansou de fingir que ligava para as classes trabalhadores e iniciou o processo para abrir as cortinas e mostrar, em linhas bem traçadas, que pobre não tem direito a viajar, não tem direito a escolha.
Na outra semana, o ministrão (a mistura de ministro com falastrão) comparou servidores públicos a “parasitas”. Falando em parasitas, o filme vencedor do Oscar, Parasita, também escancarou a face do mal de uma política ultra neoliberal na Coréia do Sul, muito semelhante à visão de paraíso de Paulo Guedes.
