O brasileiro se acostumou a levar tudo na base do “dois pesos e duas medidas”. O que lhe convêm, ele defende com unhas e dentes e a mesmíssima coisa que não lhe agrada é alvo de ataques de agressões.
Essa política da relativização do ato tem feito parte da população média defender atos estranhos e pouco concisos com a situação democrática.
O MPF denunciou na terça-feira, mesmo sem investigação, o jornalista Gleen Greenwald por suposta invasão ao Telegran de alguns “juristas” brasileiros. Foi o auge semanal da população odiosa que adota heróis como Cunha e Temer clamar por justiça, esquecendo de que a acusação corrobora com um fato ardiloso: as conversas, o conchavo e todos os atos ilícitos para prender LULAdrão são verdadeiros!
A mesma turma aplaudiu de pé o discurso do ex-ministro da Cultura, Rodrigo Alvim, até notar que notaram que havia pequenas partes, inclusive o cenário e o comportamento, parecidos com o de Goebbels, Ministro da Propaganda Alemã Nazista. Foi o estopim para que a galera das panelas defendesse a “mera coincidência” do discurso. Ficou tão feio para o Brazil que até a Alemanha se declarou no caso. E tinha gente que reclamava de ter político analfabeto… agora temos um analfabeto funcional e ainda uns nazistas juntos. E sabem como chamam aqueles alemães que se juntaram ao nazismo não por odiarem judeus mas pela esperança de mudança cega? NAZISTAS!
No Brasil com s, uma mulher negra foi acusada de roubo de uma celular por um policial sem prova alguma. Foi humilhada, revistada e escrachada pela população odiosa que usa sapatênis e gosta do termo “TOP”, que se calou momentos depois quando descobriu que a ladra era uma mulher branca. Depois disso, a medida de “ladra” virou a medida de “erro”, como geralmente acontece quando você nasce com pouca melanina.
A burguesia borboremense também não fica de fora do “2 pesos, 2 medidas”. A turminha que acha que empreender é difícil no Brasil, é contra direitos trabalhistas para funcionários, sonega impostos e depois diz que não vai ter dinheiro para visitar Orlando de novo esse ano, lutou, brigou, esperneou e chorou para que o Dia da Consciência Negra fosse retirado da cidade como feriado, sob o argumento de que prejudicava o comércio. Segunda-feira, 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, o padroeiro de nossa cidade, a galerinha empreendedora calou-se. Certamente uma segunda-feira emendada com um feriado religioso não atrapalha a crença deles, nem sequer o comércio, e de repente todos merecem um tempo de descanso com a família. Tsc tsc.
É preciso cutucar essas feridas e instigar o questionamento dessa parte da população que mede, cada pessoa e cada evento, com dois pesos e duas medidas.
Colunista:
Gabriel Hortensi Romanini
